As ações da Tesla despencaram quase 7% nesta segunda-feira, refletindo a apreensão dos investidores diante da investida de Elon Musk no cenário político americano. O anúncio da criação do “America Party” pelo CEO da Tesla reacendeu preocupações sobre o foco do bilionário na liderança da fabricante de veículos elétricos.
A iniciativa de Musk, ex-diretor do Departamento de Eficiência Governamental, surge após críticas contundentes ao pacote de cortes de impostos e gastos do presidente Donald Trump, denominado “One Big, Beautiful Bill”. O movimento político agrava a tensão pré-existente entre Musk e Trump, intensificada por trocas de farpas nas redes sociais relacionadas à legislação tributária. Anteriormente, o presidente americano chegou a ameaçar cortar contratos e subsídios governamentais ligados a Musk.
A queda nas ações ocorre em um momento delicado para a Tesla, que recentemente reportou a segunda queda consecutiva nas entregas de veículos. Tal desempenho só intensificou a desconfiança dos investidores, resultando em uma perda superior a 21% no valor das ações neste ano.
Analistas de mercado apontam que a preocupação central reside na possibilidade de retaliação por parte do governo Trump, com impactos nos subsídios à Tesla. Contudo, a principal fonte de ansiedade é a percepção de um Musk “distraído” com questões políticas, desviando sua atenção da gestão da empresa.
Em maio, Musk havia declarado que reduziria seus gastos políticos e permaneceria como CEO da Tesla por mais cinco anos, uma tentativa de tranquilizar os investidores sobre seu comprometimento com a empresa e seus laços com o governo americano. Apesar disso, a persistência de Musk no envolvimento político tem gerado “uma sensação de exaustão” entre os investidores, segundo um analista.
Após atingirem um pico em dezembro, as ações da Tesla já acumulam uma queda de 35%, fechando a semana passada cotadas a US$ 315,35.
