Tarifas dos EUA podem causar forte impacto no emprego e no PIB do Brasil

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Novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros podem levar à perda de 146 mil empregos no Brasil em um período de até dois anos. O estudo, realizado por uma federação de indústrias, aponta para um cenário econômico desafiador.

As tarifas entraram em vigor recentemente, afetando mais da metade dos produtos brasileiros que são exportados para o mercado norte-americano. A medida pode ter um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com projeções de redução de R$ 25,8 bilhões no curto prazo e até R$ 110 bilhões no longo prazo.

A análise indica que a perda de renda das famílias brasileiras pode chegar a R$ 2,74 bilhões em até dois anos, em decorrência da medida. Os setores industriais que devem sofrer os maiores impactos incluem siderurgia, fabricação de produtos de madeira, calçados e máquinas e equipamentos mecânicos.

No setor agropecuário, a pecuária, especialmente a cadeia da carne bovina, é apontada como uma das áreas mais afetadas, uma vez que permanece fora da lista de isenções tarifárias e representa uma parcela importante das exportações brasileiras.

Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilhões em produtos para os EUA, o que equivale a 1,8% do PIB nacional. Metade desse valor corresponde a combustíveis minerais, ferro e aço, e máquinas e equipamentos, setores que serão diretamente atingidos pelas novas tarifas.

As novas tarifas foram justificadas pelo governo norte-americano com o argumento de que políticas e ações do Brasil prejudicam empresas americanas, a liberdade de expressão e a economia dos Estados Unidos. Uma das preocupações de exportadores era sobre a taxação de produtos já em transporte. Entretanto, ficou definido que produtos já embarcados não seriam taxados.

Apesar do tarifaço, 44,6% das exportações brasileiras para os EUA foram poupadas. Produtos como petróleo, suco de laranja, aviões e celulose continuarão com a alíquota de 10%.

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