Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, expressou otimismo neste domingo sobre a possibilidade de sua reunião com Donald Trump, agendada para segunda-feira em Washington, contribuir para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e para a libertação dos reféns ainda mantidos no território palestino.
A declaração ocorreu momentos antes de Netanyahu embarcar para a capital dos Estados Unidos, coincidindo com o início de uma nova rodada de negociações indiretas entre Israel e o Hamas no Catar. “Acredito que a reunião com o presidente Trump certamente pode ajudar a avançar no resultado que todos esperamos”, disse Netanyahu no aeroporto Ben Gurion, próximo a Tel Aviv.
Enquanto isso, a Defesa Civil de Gaza reportou a morte de 26 pessoas em bombardeios israelenses. O conflito, que se estende por quase 21 meses, teve início com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, desencadeando uma ofensiva israelense em Gaza que resultou em dezenas de milhares de mortos e uma grave crise humanitária.
Negociadores israelenses viajaram para Doha neste domingo para “continuar os esforços para recuperar nossos reféns com base na proposta catari que Israel aceitou”, informou o gabinete do primeiro-ministro Netanyahu. Contudo, o governo israelense manifestou discordância em relação às mudanças que o Hamas pretende implementar na proposta de trégua impulsionada pelos Estados Unidos, com a mediação do Catar e do Egito, classificando-as como “inaceitáveis”.
A proposta apresentada ao Hamas inclui uma trégua de 60 dias, durante a qual o grupo libertaria 10 reféns israelenses vivos e devolveria vários corpos, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023, 49 permanecem em cativeiro em Gaza, 27 delas declaradas mortas.
O Hamas exige alterações na proposta, incluindo um mecanismo aprimorado para a retirada das tropas israelenses de Gaza, garantias de que os combates não serão retomados durante as negociações e o retorno da distribuição de ajuda humanitária pela ONU e outras organizações internacionais. Além disso, o grupo busca a reabertura do ponto de passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito, controlado por Israel desde maio de 2024, para permitir a retirada de feridos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou a expectativa de que um acordo possa ser alcançado “na próxima semana”.
Antes de sua viagem aos Estados Unidos, Netanyahu se reuniu com o presidente israelense, Isaac Herzog, que enfatizou a importância da missão do primeiro-ministro em “avançar em um acordo para trazer todos os reféns para casa”.
No mesmo domingo, a Defesa Civil de Gaza informou que 26 palestinos morreram em bombardeios israelenses, incluindo um ataque a uma casa no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza. O hospital Al Shifa recebeu pelo menos 10 corpos, que permaneceram no chão, cobertos por mortalhas de plástico.