Mato Grosso do Sul inova ao lançar o Painel Panorama Racial, uma ferramenta digital que detalha dados sobre a população dos 79 municípios do estado, com foco em raça, cor e gênero. A iniciativa visa embasar políticas públicas mais eficazes e promover a equidade social.
O Painel Panorama Racial, desenvolvido pelo Observatório da Cidadania em colaboração com a Secretaria de Estado da Cidadania e o apoio da Fundect, agrega informações sobre educação, renda, moradia e religião, entre outros indicadores relevantes. A plataforma apresenta os dados de forma visual e interativa, permitindo a análise detalhada por município e grupo étnico-racial.
A ferramenta tem como objetivo central fornecer subsídios para a criação de políticas públicas baseadas em informações precisas, além de fortalecer a participação da sociedade. Durante o lançamento, destacou-se a importância de tornar visíveis as diferentes realidades do estado para orientar decisões mais assertivas.
O coordenador do Observatório da Cidadania enfatizou que a visibilidade das desigualdades é o primeiro passo para promover mudanças significativas, incentivando decisões públicas embasadas em dados qualificados e acessíveis a todos.
A subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial ressaltou que o acesso a esses dados contribui para a eficiência na elaboração de políticas públicas, permitindo direcionar ações para as áreas de maior necessidade.
Uma gestora da Divisão de Direitos Humanos de Rio Brilhante reconheceu o potencial da ferramenta para orientar o atendimento à população no município, especialmente no desenvolvimento de políticas públicas.
Os dados do Panorama Racial revelam, por exemplo, que 47% da população sul-mato-grossense se autodeclara parda, enquanto 42,4% são brancos. As populações preta e amarela apresentam os maiores índices de envelhecimento no estado. No ensino superior, pessoas autodeclaradas amarelas entre 30 e 34 anos estudaram, em média, mais de 14 anos, enquanto pretos e pardos não passam de 11 anos.
No mercado de trabalho, homens brancos e amarelos possuem as maiores rendas médias na zona urbana, contrastando com os menores rendimentos de pretos e indígenas. Em relação à religião, a população se divide entre católicos (51,9%) e evangélicos (32,4%), com predominância feminina em religiões evangélicas, espíritas, de matriz africana e tradições indígenas.
A plataforma é pública e está disponível no do Observatório da Cidadania. Além de gráficos interativos, permite a consulta de dados específicos por município e a comparação de indicadores entre grupos raciais. A atualização dos dados é constante, com a previsão de incorporar os resultados do Censo 2022.