O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou, neste domingo, a necessidade de reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O apelo foi feito durante o discurso de abertura da Cúpula dos Brics, sediada no Rio de Janeiro.
Lula defendeu uma transformação completa do Conselho, visando torná-lo mais legítimo, representativo, eficaz e democrático. A proposta central é a inclusão de novos membros permanentes provenientes de regiões como Ásia, África, América Latina e Caribe.
O presidente enfatizou que a reforma não é apenas uma questão de justiça, mas sim uma garantia para a sobrevivência da própria ONU, que, segundo ele, enfrenta uma crescente “crise de confiança”. Ele argumenta que a governança internacional, tal como está estruturada, não reflete a realidade multipolar do século XXI. Nesse contexto, Lula visualiza o BRICS como um ator fundamental para impulsionar essa atualização, estabelecendo as bases para uma governança global revigorada.
O presidente alertou sobre o “terreno fértil” para o terrorismo, criado pelo vazio de crises globais não solucionadas, e ressaltou que a ideologia do ódio não deve ser associada a nenhuma religião ou nacionalidade em específico.
Apesar das críticas, Lula reconheceu que nem todos os esforços da ONU ao longo de suas oito décadas foram em vão. Ele classificou a organização como central para o processo de descolonização, promoção da paz, estabilidade e mediação de conflitos. A sessão de abertura da Cúpula dos Brics teve como tema central “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global”.