Em 12 de agosto de 1985, o voo 123 da Japan Airlines, um Boeing 747-SR, decolou de Tóquio com destino a Osaka, levando a bordo 524 pessoas, entre passageiros e tripulantes. O que era para ser um voo rotineiro se transformou em um dos piores desastres da história da aviação.
Aproximadamente 12 minutos após a decolagem, uma violenta descompressão explosiva abalou a aeronave. As máscaras de oxigênio caíram e o pânico se instalou entre os passageiros. Na cabine, os pilotos enfrentavam uma situação desesperadora: os quatro sistemas hidráulicos do avião haviam falhado, tornando o controle da aeronave praticamente impossível.
Sem o sistema hidráulico, os pilotos lutavam para manter o controle do Boeing 747. A aeronave oscilava, subindo e descendo, enquanto girava descontroladamente. A torre de controle ofereceu alternativas de pouso de emergência, mas as tentativas foram em vão.
Enquanto isso, na cabine, alguns passageiros escreviam mensagens de despedida em guardanapos e pedaços de papel. Hirotsugu Kawaguchi, um dos passageiros, escreveu uma carta para sua família, expressando sua certeza de que não sobreviveria.
Após 32 minutos de agonia, o voo JAL 123 se chocou contra uma montanha, matando 520 pessoas. Apenas quatro passageiras foram encontradas com vida nos destroços.
A investigação revelou que a tragédia foi causada por um reparo inadequado realizado sete anos antes, em 1978. Na ocasião, o Boeing 747 havia sofrido uma batida na cauda durante um pouso. O reparo no anteparo de pressão traseiro, peça crucial para manter a pressurização da cabine, foi feito com apenas uma fileira de rebites, em vez das duas necessárias. Essa falha estrutural, agravada pelos repetidos ciclos de pressão e descompressão, levou à ruptura do anteparo e à subsequente descompressão explosiva que selou o destino do voo JAL 123.