Unidade Operacional da PRF em Amandina – Foto: Arquivo/Jornal da Nova
Dyone Aparecido da Silva, de 35 anos, de Francisco Morato (SP), foi preso nessa quinta-feira (19), por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Amandina, distrito de Ivinhema. Ele é acusado de incendiar um ônibus e participar da morte de um torcedor do Cruzeiro, em 27 de outubro do ano passado, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo.
O procurado pela Justiça estava viajando com sua genitora pela rodovia BR-376, trecho que liga Nova Andradina a cidade de Ivinhema, quando ao passar pela UOP (Unidade Operacional) da PRF em Amandina, foi abordado pelos agentes. Ele conduzia um veículo Hyundai/I30 emplacado em Francisco Morato (SP).
Em entrevista e checagem de documentos, os policiais descobriram o mandado de prisão expedido pela Vara Cumulativa de Mairiporã, Estado de São Paulo. A ordem de prisão preventiva foi lançada no sistema dia 30 de maio passado, com validade até 30 de maio de 2035.
O Jornal da Nova apurou que ele saiu de Francisco Morato (SP) e tinha como destino a cidade de Itaporã, onde passaria o final de semana e alegou que não sabia da existência do mandado de prisão.
Ônibus com torcedores do Cruzeiro foi atacado no interior de SP – Foto: Reprodução
Ele foi preso e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil. Ele passou por audiência de custódia e permaneceu preso. Os crimes imputados contra o acusado são de homicídio, homicídio qualificado e incêndio.
Conforme levantamento da reportagem junto a Federação Paulista de Futebol, Dyone Aparecido da Silva está na relação de torcedores impedidos de comparecer em eventos esportivos, desde 2018, devido a processo na Justiça.
Relembre o caso
Emboscada na Fernão Dias em São Paulo, a torcida do Palmeiras promoveu barbárie contra torcedores do Cruzeiro, na madrugada de domingo (27) de outubro de 2024, deixando um morto e 17 feridos, sendo 7 cruzeirenses tiveram traumatismo craniano.
De acordo com informações policiais, a emboscada foi da principal torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alvi Verde, contra a organizada do Cruzeiro Máfia Azul.
A organizada Palmeirense teria monitorado e interceptado os cruzeirenses, que viajavam em dois ônibus, por volta das 5h daquele domingo (27), na rodovia Fernão Dias, região de Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo. Os torcedores mineiros voltavam de ônibus de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26) com o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0.
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), até por volta do meio-dia, três das vítimas foram transportadas para um hospital de Franco da Rocha.
Outras 14 foram levadas para o hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Para lá também foi levado José Victor Miranda, de 30 anos, que morreu durante o atendimento médico, após ser carbonizado pelos palmeirenses. Outro torcedor cruzeirense baleado na barriga não corria risco de morrer, de acordo com a PRF.
Ao todo, 120 torcedores se envolveram na briga. Nenhum palmeirense foi identificado ou preso, naquele dia.
Um guincho da concessionária Arteris, que administra o trecho da rodovia onde houve o crime, reposicionou o ônibus queimado para fora da via.
Vale destacar que, em 2022, as duas torcidas se enfrentaram na mesma rodovia onde aconteceu a briga do dia (27) de outubro de 2024.
Última operação para prender envolvidos
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) deflagrou, em 1º de abril deste ano, uma nova operação contra integrantes de uma torcida organizada do Palmeiras, envolvidos no ataque ao ônibus de torcedores do Cruzeiro, que aconteceu em 27 de outubro do ano passado. Policiais civis foram as ruas de São Paulo para cumprir dez mandados de prisão. Destes mandados de prisão, nove são temporários e somente um é preventivo.
A operação foi denominada “Aguatto 2” que, em italiano, significa emboscada.