Israel declarou que o Hamas busca alterações “inaceitáveis” no acordo de cessar-fogo mediado pelo Catar. A acusação surge após o governo israelense aceitar a proposta e o Hamas dar uma “resposta positiva” ao texto na semana anterior.
“As mudanças que o Hamas está tentando fazer na proposta foram transmitidas e são inaceitáveis para Israel”, informou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado. Apesar do impasse, Netanyahu determinou que as conversas indiretas continuem, com o objetivo de libertar os reféns israelenses, com base na proposta original.
Delegações de Israel e do Hamas estão em Doha para novas negociações indiretas, buscando um acordo de trégua na Faixa de Gaza, que já dura 21 meses, e a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo grupo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. Os EUA também atuam como mediadores nas conversas.
Uma fonte palestina próxima às negociações informou que o Hamas, liderado por Khalil al Hayya, já está em Doha. A delegação israelense foi enviada neste domingo.
No território palestino, a Defesa Civil de Gaza anunciou a morte de 14 pessoas em bombardeios israelenses.
O conflito entre Israel e Hamas começou após o ataque de 7 de outubro de 2023, no qual membros do grupo palestino invadiram Israel, matando mais de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 reféns para Gaza.
Desde o início do conflito, mais de 56 mil palestinos foram mortos, a maioria mulheres e crianças, e mais de 100 mil ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde local.
Segundo fontes palestinas, a proposta inicial incluía uma trégua de 60 dias, com a libertação de 10 reféns israelenses vivos e a devolução de corpos em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023, 49 permanecem em cativeiro em Gaza, 27 delas declaradas mortas pelo Exército.
O Hamas exige melhorias no mecanismo de retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, garantias de que os combates não serão retomados e o retorno da distribuição de ajuda humanitária pela ONU e outras organizações internacionais.
Neste domingo, antes de viajar para os Estados Unidos, Netanyahu se reuniu com o presidente israelense, Isaac Herzog, que destacou a importância de um acordo para libertar todos os reféns.
Na Faixa de Gaza, 14 palestinos morreram em bombardeios israelenses neste domingo. Um ataque atingiu uma casa no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza.