As feiras culturais de Campo Grande, frequentemente alvo de reclamações de moradores, estão prestes a passar por um processo de regulamentação. Uma audiência pública agendada para segunda-feira (7), na Câmara Municipal, visa discutir o futuro desses eventos. Parlamentares planejam ouvir representantes do poder público, feirantes, artistas, produtores culturais e cidadãos em geral.
Luanna Peralta, organizadora da Feira Ziriguidum, enfatiza a importância da iniciativa, particularmente para os produtores que viabilizam os eventos. Ela pretende participar da audiência para defender maior valorização, reconhecimento e apoio aos organizadores. “Tem melhorado muito, mas ainda é complicado realizar as edições mensais. Toda edição é uma manobra diferente. Precisamos de apoio para conseguir valorizar também os artistas que se apresentam e remunerá-los de forma justa”, afirma.
Carina Zamboni, organizadora da Feira Bosque da Paz, também estará presente. Ela acredita que a audiência será um espaço de escuta e construção coletiva, para uma regulamentação mais justa e eficiente. “As feiras vêm crescendo significativamente, não apenas como espaço de comercialização, mas também como palco de expressão cultural, inclusão social e empreendedorismo. Abrir esse diálogo com quem vive essa realidade no dia a dia é fundamental”, declara.
A pauta inclui a construção conjunta de uma legislação para regulamentar as feiras culturais, buscando fortalecer esses espaços como ambientes de convivência, empreendedorismo, geração de renda e valorização da cultura local. A proposta envolve a criação de normas e diretrizes específicas para a realização dos eventos.
A Câmara informou que questões de infraestrutura, como a instalação de banheiros químicos, também serão debatidas. A audiência pretende abranger tanto as feiras mensais quanto as feiras livres semanais realizadas na cidade.
Nos últimos anos, as feiras culturais têm enfrentado críticas, principalmente de moradores das áreas onde são realizadas. Em 2023, 500 empreendedores organizaram um abaixo-assinado virtual em defesa da Feira do Bosque da Paz. Em janeiro deste ano, houve queixas sobre a falta de fiscalização do tráfego pela Agetran durante os eventos.