Exército de Jesus: Abusos e Traumas Revelados por Sobreviventes de Seita Religiosa

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Sobreviventes de um controverso movimento religioso conhecido como Exército de Jesus, desmantelado há cinco anos, compartilham suas experiências traumáticas. O grupo, formalmente chamado Fraternidade de Jesus e fundado em 1969, atraiu entre dois e três mil membros, ostentando uniformes militares e uma frota de ônibus coloridos. No entanto, por trás da fachada, se escondia uma realidade de abusos e exploração.

Uma investigação ística iniciada em 2016 expôs as práticas duvidosas da seita, incluindo relatos de mortes não explicadas, como a de um jovem encontrado morto em uma linha férrea. Uma sobrevivente, que preferiu permanecer anônima, revelou a extensão dos danos causados pelo culto, indicando que centenas de vítimas buscaram ajuda.

A investigação culminou em uma reportagem que detalhou o abuso generalizado de crianças e o encobrimento dos casos pela liderança. O fundador e líder do Exército de Jesus, Noel Stanton, falecido em 2009, é acusado de comportamento inadequado com jovens membros do sexo masculino.

Um documentário recente da BBC entrevistou mais de 80 sobreviventes e familiares, revelando que muitos ainda estão traumatizados. Os relatos mostram que o abuso sexual era comum, mas muitas vezes as vítimas não o reconheciam como tal, sentindo-se culpadas. O documentário também explora as dificuldades de deixar a seita, comparando-a à saída de um relacionamento abusivo, agravada pela perda da família, amigos, emprego e sistema de apoio.

Crianças vivendo nas casas comunais do culto eram separadas dos pais e sujeitas a abusos físicos e psicológicos, incluindo surras diárias, longas sessões de culto e exorcismos. Um ex-membro relatou que, apesar de reconhecer ter sido aliciado e abusado, provavelmente retornaria ao Exército de Jesus se este fosse reaberto.

Após a dissolução do Exército de Jesus, um antigo ancião acusou Stanton de estupro e abusos sexuais, entregando um arquivo com revelações. Stanton morreu sem responder às acusações.

A Fundação Fraternidade de Jesus, responsável pela liquidação dos bens do grupo, expressou perplexidade com os abusos e pediu desculpas às vítimas. Um esquema de reparação pagou indenizações a centenas de vítimas.

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