Um dos ex-advogados de Jeffrey Epstein solicitou ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos a liberação de registros adicionais referentes à investigação sobre o esquema de tráfico sexual liderado por Epstein. O pedido, feito neste domingo, inclui também um apelo para que o governo conceda imunidade à ex-companheira de Epstein, Ghislaine Maxwell, para que ela possa prestar depoimento sobre os crimes cometidos.
Em entrevista, o advogado, Alan Dershowitz, mencionou que as transcrições do grande júri, cuja liberação foi solicitada na última sexta-feira, podem não conter informações como a lista de clientes de Epstein, algo que apoiadores do ex-presidente Donald Trump buscam.
Dershowitz afirmou ter visto materiais, como um relatório do FBI com entrevistas de vítimas, que citavam nomes de pessoas importantes, mas que foram suprimidos. A pressão para a divulgação de mais informações sobre o caso Epstein tem aumentado, especialmente por parte de apoiadores de Trump.
No início do ano, o Departamento de Justiça havia prometido divulgar materiais adicionais, incluindo nomes e registros de voos, mas recuou após a publicação de um memorando conjunto com o FBI que minimizava teorias da conspiração e afirmava não haver “nenhuma lista de clientes incriminadora” ou evidências de chantagem. O memorando também reiterou que Epstein morreu por suicídio.
O governo dos EUA já apresentou uma moção em um tribunal federal para liberar as transcrições do grande júri nos casos de Epstein e Maxwell. Esta última foi condenada em 2021 por acusações federais relacionadas ao abuso sexual de menores e aguarda o julgamento de seu recurso na Suprema Corte dos EUA.
Dershowitz argumenta que informações que não foram solicitadas para revelação seriam “muito mais informativas e muito mais relevantes”. Ele defende que a concessão de imunidade a Maxwell permitiria que ela testemunhasse perante o Congresso sobre o que sabe dos crimes de Epstein, descrevendo-a como fundamental para desvendar o caso.