O Exército israelense emitiu novos alertas de evacuação para áreas do centro de Gaza neste domingo, impactando o acesso entre a cidade de Deir al-Balah e as cidades de Rafah e Khan Younis, no sul do enclave. A medida afeta uma região onde muitas organizações internacionais que distribuem ajuda estão localizadas, levantando preocupações humanitárias. As Nações Unidas buscam esclarecimentos sobre se instalações da ONU em Deir al-Balah estão incluídas na ordem de evacuação.
O porta-voz militar israelense alertou que o Exército atacará “com intensidade” contra militantes, pedindo que os moradores se dirijam à área de Muwasi, designada como zona humanitária. A população de Gaza enfrenta uma crise humanitária, agravada pela dificuldade de movimentação de grupos de ajuda e civis.
Enquanto isso, Israel e o Hamas mantêm negociações de cessar-fogo no Catar, mas mediadores internacionais relatam falta de progresso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem afirmado que expandir as operações militares em Gaza pressionará o Hamas a negociar, embora as conversas estejam paralisadas há meses. O Exército israelense declarou ter controle sobre mais de 65% da Faixa de Gaza.
Neste domingo, relatos indicam que 65 palestinos foram mortos, muitos enquanto tentavam buscar ajuda. O diretor do Hospital Shifa relatou que o hospital recebeu 48 mortos e 150 feridos que buscavam ajuda em caminhões que deveriam entrar em Gaza pela Passagem de Zikim. Ele confirmou que pelo menos 40 dos mortos foram baleados fatalmente. A autoria dos disparos não foi confirmada. No sul de Gaza, o Hospital Nasser informou 17 palestinos mortos e 69 feridos perto de locais de distribuição de ajuda em Rafah.
O Fórum das Famílias dos Reféns condenou o anúncio de evacuação e exigiu explicações sobre os objetivos na região central de Gaza, acusando Israel de operar sem um plano de guerra claro. Em Tel Aviv, dezenas de milhares de manifestantes marcharam até uma filial da embaixada dos EUA, pedindo o fim da guerra.
Ambulâncias em frente a três grandes hospitais de Gaza soaram seus alarmes em apelo à crise de fome no território. O Ministério da Saúde relatou mortes de crianças por desnutrição e falta de medicamentos. Desde o bloqueio de entrada de ajuda imposto por Israel em março, pelo menos nove crianças menores de 5 anos morreram de desnutrição. O diretor do Hospital Shifa informou que o hospital registrou 79 pessoas que morreram de desnutrição no último mês. Bombardeios israelenses continuaram a atingir a Faixa de Gaza durante a noite.