Eike Batista aposta em “supercana” e vislumbra apoio do BNDES para projeto.

PUBLICIDADE

Após incursões em diversos setores, Eike Batista retorna ao mundo dos negócios com a “supercana”, uma variedade geneticamente modificada de cana-de-açúcar. O empresário aposta que essa nova cultura impulsionará a produção de etanol e biomassa, abrangendo desde combustível para aeronaves até a fabricação de produtos como copos e canudos biodegradáveis.

Batista expressou otimismo em relação ao interesse de investidores, inclusive um antigo parceiro: o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O empresário acredita que o banco o procurará para participar do projeto, enfatizando o papel do Estado no fomento de novos empreendimentos.

O projeto da “supercana” surge após a experiência de Batista com mineração, petróleo, setor portuário e energia. Segundo o empresário, a pesquisa resultou em 17 variedades de cana com potencial para transformar a produção no país. Ele afirma que, dos quase 9 milhões de hectares de cana-de-açúcar plantados no Brasil, os produtores estariam dispostos a adotar a nova cultura.

Batista alega que a “supercana” pode produzir até três vezes mais etanol e onze vezes mais bagaço que as variedades tradicionais, sem demandar investimentos adicionais dos produtores. Ele informa que durante os testes entre 2016 e 2018, foram plantados 22 mil hectares da cultura, com uma média de 182 toneladas por hectare, sem irrigação ou fertilização. As variedades comuns, segundo ele, atingem um máximo de 120 toneladas por hectare, com uma média de 78 toneladas e declínio após o quinto ano. A “supercana”, por outro lado, renderia 180 toneladas de forma estável por dez anos.

Além do etanol, o projeto busca utilizar o bagaço da cana-de-açúcar para produzir resinas para a fabricação de embalagens biodegradáveis, copos e canudos, visando substituir o plástico.

Sobre as tarifas impostas pelos EUA, Batista lamentou o prazo dado para negociação e manifestou preocupação com as exportações de café e produtos industrializados. Ele afirmou que a questão se tornou política.

Em relação ao cenário econômico brasileiro, o empresário defendeu a importância do governo federal na proteção social e expressou dificuldades em entender como o país funciona com taxas de juros elevadas.

Mais recentes