O dólar apresentou alta frente ao real nesta terça-feira (5), recuperando terreno após perdas significativas nas sessões anteriores. Investidores monitoram atentamente o desenvolvimento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos e os desdobramentos da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Às 9h55, a moeda americana registrava um aumento de 0,36%, cotada a R$ 5,5180 na venda.
Este movimento de valorização ocorre após dois dias de queda acumulada de 1,7% do dólar frente ao real, influenciada pelas expectativas de corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em setembro, fortalecidas por dados de emprego nos EUA.
Ainda assim, alguns agentes financeiros aproveitaram o momento para reajustar suas posições no mercado de câmbio, exercendo pressão sobre a moeda brasileira.
O mercado nacional mantém o foco no impasse comercial entre Brasil e EUA, um dia antes da implementação da tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, medida que excluiu algumas exportações.
O governo brasileiro continua buscando negociações para ampliar o número de produtos isentos da tarifa, sem sucesso até o momento.
Adicionando incerteza ao cenário, a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de prisão domiciliar para o ex-presidente Bolsonaro, devido ao descumprimento de medidas cautelares, também impacta o mercado.
A decisão de Trump de impor tarifas sobre produtos brasileiros em julho foi associada ao tratamento dado a Bolsonaro em seu julgamento pelo STF. A prisão do ex-presidente gera receios no mercado quanto a possíveis reações de Washington.
Mais cedo, o Banco Central divulgou a ata de sua última reunião de política monetária, onde a taxa de juros foi mantida em 15%. O BC destacou que a política tarifária dos EUA torna o cenário mais incerto e adverso para o Brasil, ressaltando que sua atuação se concentrará nos mecanismos de transmissão do ambiente externo sobre a inflação local.
No mercado internacional, o índice do dólar, que avalia o desempenho da moeda americana em relação a seis outras divisas, apresentava alta de 0,41%, atingindo 99,038.