Crescimento Japonês Abalado: Tarifaço dos EUA e Inflação Preocupam Tóquio

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O governo japonês revisou para baixo, nesta quinta-feira, sua projeção de crescimento econômico para o ano fiscal corrente. A decisão é motivada pelos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que afetam os investimentos de capital, e pela persistente inflação, que reduz o consumo privado. A combinação desses fatores ameaça a frágil recuperação econômica do país.

As estimativas revisadas, apresentadas durante uma reunião do principal conselho econômico do Japão, indicam uma redução na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pela inflação para o ano que se encerra em março de 2026, fixando-o em 0,7%. A projeção anterior, divulgada em janeiro, era de 1,2%.

A nova previsão, embora ainda acima das estimativas do setor privado que apontam para uma expansão de 0,5%, reflete a preocupação crescente de que as tarifas americanas tornem as empresas japonesas mais cautelosas em relação aos gastos de capital e prejudiquem as exportações, ambos elementos cruciais para o crescimento econômico do Japão.

A perspectiva para o consumo privado, que representa a maior parte da economia japonesa, também foi para baixo, devido à inflação que continua a impactar os orçamentos familiares. Integrantes do setor privado que participaram do conselho econômico alertaram que um aumento da inflação poderia reduzir ainda mais os gastos dos consumidores.

Diante desse cenário, membros do conselho defenderam que o Banco do Japão deve manter seu foco na estabilidade de preços e buscar, de forma consistente e estável, atingir sua meta de inflação de 2%.

Para o próximo ano fiscal, com início em abril, o governo japonês projeta um ligeiro aumento no crescimento, alcançando 0,9%. Mantém-se a expectativa de que a economia sustentará uma recuperação impulsionada pela demanda doméstica, com o crescimento dos salários superando a inflação e impulsionando o consumo privado.

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