Chuva à Vista: Cidades Ignoram Alertas e Risco de Enchentes Aumenta

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Com o fim do período de estiagem, a chegada das primeiras tempestades traz consigo a repetição de cenas já conhecidas: cidades paralisadas, veículos à deriva e vidas impactadas pelas inundações. A água invade residências, estabelecimentos comerciais, hospitais e escolas, transformando ruas em rios.

No entanto, o que mais chama a atenção não é a força das chuvas, mas sim a persistente falta de preparo. A ausência de manutenção em bueiros, a falta de contenção em encostas e o concreto que sufoca os córregos são exemplos de um descaso que se acumula ao longo do tempo. Alagamentos, promessas e esquecimento se repetem em um ciclo vicioso.

O investimento em infraestrutura de drenagem urbana tem sido constantemente adiado, com soluções paliativas sendo priorizadas em detrimento de medidas efetivas. A água não espera, e as consequências recaem sobre todos, desde a dona de casa até o pequeno comerciante, paralisando o transporte público e afetando o cotidiano da população.

As recentes enchentes demonstram que a força da natureza não escolhe CEP. Bairros inteiros ficam submersos, famílias se refugiam em telhados e prédios são evacuados, sem distinção de classe social. A imagem de um cavalo ilhado em um telhado se torna um símbolo da negligência e da falta de planejamento.

Rios canalizados e cobertos, áreas de mata transformadas em estacionamentos e calçadas impermeáveis contribuem para a incapacidade das cidades de lidar com as chuvas. Ações preventivas e vontade política são cruciais para reverter esse cenário.

Especialistas apontam que a resiliência urbana é uma questão de prioridade na agenda política. Requalificar a infraestrutura de drenagem, criar jardins de chuva, ampliar áreas verdes e revitalizar as margens dos córregos são medidas que exigem planejamento e continuidade.

A resiliência urbana se constrói com leis eficazes, desocupação de áreas de risco, incentivo à adaptação de moradias e integração entre habitação, mobilidade e meio ambiente. É fundamental reconhecer que adiar soluções apenas agrava o risco de desastres. Se nada mudar, a população continuará a lidar com as consequências das inundações.

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