Cachorrinha morre após castração e tutora denuncia falso médico veterinário em Campo Grande

PUBLICIDADE

Mulher, de 45 anos, denunciou um falso médico veterinário à polícia após sua cadela de estimação morrer em decorrência de uma castração realizada em Campo Grande. A cachorrinha, de apenas dez meses, morreu 12 dias depois do procedimento, no dia 8 de junho.

Quase um mês depois da morte do animal, sua tutora procurou a reportagem do Jornal Midiamax para relatar o caso. Ela contou que entregou sua cachorrinha no fim de maio ao suposto médico veterinário para uma castração, que custou R$ 200.

Clique aqui e receba notícias pelo WhatsApp

No entanto, o suposto médico teria lhe entregado o animal sedado, com as pernas paralisadas e apresentando sangramento. Diante das complicações no decorrer dos dias, a tutora resolveu levar a cadela em uma clínica veterinária, onde ela ficou internada por mais de dez dias e não resistiu.

Já na clínica, quando a tutora relatou o ocorrido e foi orientada a buscar mais informações sobre o suposto médico veterinário.

“Quando eu trouxe ela para a casa, ela começou a se sentir muito mal. E eu ligava para ele, falava que ia levar em uma clínica e ele dizia que não era para eu fazer isso, talvez por ele ter medo de descobrirem. Eu dizia que minha cadela ia morrer e ele falava: ‘não, isso é normal’. Até que num domingo pela manhã eu corri com minha cachorrinha para outra clínica, onde atenderam ela”, explicou à reportagem.

Dias depois, a tutora foi em uma célula na casa de uma amiga e quando conversou sobre a morte de sua cachorrinha descobriu que o suposto médico teria feito mais vítimas.

“Eu frequento uma célula na casa de uma amiga e contando o caso, ela falou que conhece um homem do mesmo nome, que se dizia veterinário, mas não era e que, inclusive, foi preso em Sidrolândia e em Campo Grande. Ele ia às casas para atender os bichinhos. Em um dos casos, ele atendeu um gato e um cachorro, que faleceram. Quando mostrei a foto, ela o reconheceu”, relatou.

Exercício ilegal de profissão e maus-tratos

Logo, a mulher decidiu ir até a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) e registrou boletim de ocorrência por exercício ilegal de profissão e maus-tratos, se ocorre morte do animal. Na delegacia, ela conta que descobriu que o suposto médico veterinário não tinha clínica.

“Ele não tem clínica e não dava o endereço para onde levava esses animais. Ele dizia que a clínica onde levava os animais, a veterinária era chata, então não podia nos fornecer o endereço. Ele vinha buscar em casa e, na delegacia, fui informada que ele levava para a casa dele”, disse, indignada.

Durante o registro, a mulher contou ao Jornal Midiamax que descobriu que o suposto médico veterinário já havia sido preso anteriormente, ocasião em que pagou fiança e foi liberado.

A cadela da vítima ficou mais de dez dias internada na clínica veterinária, onde sofreu diversas complicações e não resistiu aos ferimentos. De acordo com o relatório de internação, o animal sofreu uma intoxicação medicamentosa.

“Paciente castrado há 5 dias em outra clínica, corrimento sanguinolento em lesão cirúrgica, vomitando e anorexia”, diz o documento.

O caso foi encaminhado para investigação na Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).

‘Confiei na maior inocência’

Questionada sobre onde conheceu o suposto médico veterinário, a mulher revelou à reportagem que foi indicação de uma amiga. Ela relatou que já havia contratado os serviços do suposto médico veterinário em outubro do ano passado, mas não enfrentou problemas e, por isso, não houve desconfiança.

“Confiei na maior Inocência. Eu não desconfiei porque ele já cuidava dela desde outubro do ano passado, pois já tinha feito uma pequena cirurgia nela”, contou.

Outro motivo que não gerava desconfiança na tutora é o fato de que o suposto médico realizava outros atendimentos domiciliares, como medicações e injeções. “Ele atendia de tudo que envolvia medicação, dor de ouvido, alergia, cirurgia, menos banho e tosa”, explicou.

Bastante abalada, a tutora disse que pretende entrar com ação judicial contra o suposto profissional. “Não é nem pelo dinheiro, mas pelo que ele fez. Porque ele faz pelo dinheiro, mas fala que faz por amor, mente que faz por uma ONG, então vou entrar com ação judicial sim”, afirma a mulher.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o homem acumula passagem pela polícia por “falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais” em Sidrolândia.

Em consulta de profissionais no CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso do Sul), não foram encontradas inscrições em nome dele. A reportagem do Jornal Midiamax acionou o CRMV-MS diante da denúncia e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações futuras.

Suposto médico negou acusações

Procurado pela reportagem, o homem, por sua vez, afirmou ser médico veterinário e disse que atende clientes de clínicas particulares. Quando tem castração agendada, ele explica que aluga uma sala em uma das clínicas.

Ao ser questionado sobre a denúncia, o homem negou as acusações. “Não tem condições isso, a gente já tem 20 anos de profissão. Não procede isso, porque temos acompanhado todos os nossos clientes, porque quando acontece algo, a gente sempre tem dado atenção. Nesse caso, a pessoa teria que ter uma prova, porque não é assim só acusar”, afirmou ao Jornal Midiamax.

Ele alega ainda que os clientes possuem todo o suporte. “Se for preciso, sim, mas é tudo feito em clínica”

Em contato com o Jornal Midiamax, ele ainda mencionou que já foi dono de uma clínica na Capital e reafirmou ser médico veterinário. No entanto, ele disse que passará o número de sua inscrição no CRMV à reportagem posteriormente.

Já sobre a passagem na delegacia de Sidrolândia, ele nega ter sido preso e diz que o processo do caso já foi arquivado.

Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?

🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo está garantido na lei.

✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

Fonte: MidiaMax Policia

Mais recentes