José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), faleceu neste domingo, aos 93 anos. O ex-dirigente sentiu-se mal em sua residência no sábado e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde veio a falecer. Nos últimos meses, Marin enfrentava problemas de saúde, tendo sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) no final de 2023. Ele passou os últimos anos de sua vida em São Paulo. O velório está agendado para este domingo, na Funeral Home, em São Paulo.
A trajetória de Marin foi marcada por polêmicas no futebol brasileiro. Além de sua carreira no esporte, ele atuou na política, sendo deputado estadual, vice-governador e, brevemente, governador de São Paulo nos anos 1980. Presidiu também a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988.
Sua carreira política antecedeu sua chegada à presidência da CBF. Filho de imigrantes espanhóis, conciliou a carreira de jogador amador de futebol com os estudos de Direito na USP. Foi eleito vereador em 1963 e, posteriormente, presidente da Câmara Municipal de São Paulo em 1969. Na década de 1970, exerceu dois mandatos como deputado estadual e, em 1978, foi eleito vice-governador de São Paulo. Assumiu o governo do Estado entre 1982 e 1983. Seu governo foi marcado por controvérsias, incluindo a reprovação de contas e suspeitas envolvendo empréstimos da Caixa Econômica Estadual.
Após deixar o governo, Marin retornou ao futebol como presidente da Federação Paulista entre 1982 e 1988. Em 2002, tentou uma vaga no Senado, sem sucesso. A atuação política do ex-dirigente foi fundamental para sua influência no futebol nacional.
A ligação de Marin com o esporte começou cedo. Seu pai era boxeador. Marin também foi jogador de futebol amador, atuando em clubes como São Paulo FC, São Bento de Marília e Jabaquara.
Em 2012, Marin assumiu a presidência da CBF após a renúncia de Ricardo Teixeira. Em 2015, foi preso na Suíça durante uma operação que investigava um esquema de suborno e lavagem de dinheiro na Fifa, o Fifagate. Acusado de receber propinas, foi extraditado para os Estados Unidos, onde foi julgado e condenado à prisão.
Após cumprir parte da pena, Marin retornou ao Brasil em 2020, permanecendo em prisão domiciliar devido a problemas de saúde agravados pela pandemia.