Líderes dos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram no Rio de Janeiro para o segundo dia de sua cúpula, em meio a tensões comerciais globais. O encontro ocorre após ameaças de novas tarifas por parte dos Estados Unidos, que podem atingir nações que se “alinham” com o grupo, considerado “antiamericano”.
Em comunicado conjunto divulgado no domingo, o Brics expressou “séria preocupação” com medidas tarifárias unilaterais que, segundo o bloco, “distorcem o comércio”. A manifestação surgiu após o anúncio de que os Estados Unidos aplicarão tarifas a partir de 1º de agosto a parceiros comerciais sem acordos firmados.
As declarações geraram reação. De acordo com publicação em plataforma digital, qualquer país que apoie políticas consideradas “antiamericanas” do Brics enfrentará uma tarifa adicional de 10%, sem exceções.
O Brics, ampliado recentemente para 11 países, é visto como um contrapeso ao poder de outras nações e representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do Produto Interno Bruto global.
A China se manifestou sobre o tema, por meio de uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, reiterando sua posição de que guerras comerciais e tarifárias não beneficiam ninguém e que o protecionismo não é o caminho.
Os Estados Unidos negociam acordos comerciais com diversos países para evitar tarifas. Um acordo de trégua temporária foi estabelecido com a China, visando reduzir as tarifas aplicadas de forma recíproca entre os dois países. Até o momento, apenas o Reino Unido e o Vietnã selaram acordos comerciais com os Estados Unidos.
Além do presidente chinês, ausências notáveis na cúpula do Rio incluem o presidente iraniano e o presidente russo.
No primeiro dia da cúpula, sob a presidência brasileira, o Brics também se manifestou sobre o cenário internacional, pedindo um “cessar-fogo imediato, permanente e incondicional”. O grupo também emitiu uma declaração sobre inteligência artificial (IA), defendendo o direito de todos os países de usufruir dos seus benefícios e estabelecer suas próprias estruturas regulatórias para esta tecnologia.
Declarações sobre mudanças climáticas e cooperação na área de saúde devem ser divulgadas pelo Brics.
