Audiência pública da CPI dos Ônibus acontece nesta quarta-feira, em Campo Grande
Nesta terça-feira (24), manifestantes se reuniram no Terminal Morenão para convocar usuários do transporte coletivo a participarem da audiência da CPI do Ônibus que acontecerá nesta quarta-feira (25), em dois pontos de Campo Grande: no plenário Oliva Enciso, na Câmara de Vereadores de Campo Grande, e na Praça Ary Coelho, no centro da Capital, a partir das 13h.
Dentre os participantes estava Gabriel da Silva, ex-funcionário do Consórcio Guaicurus que depôs na CPI e hoje integra o CLP (Coletivo Linha Popular). Segundo ele, a participação da população nesta reta-final é fundamental, já que foi graças às manifestações e pressão dos usuários foi instaurada a CPI.
“É muito importante essa movimentação, porque foi a mesma movimentação que deu início à CPI e é assim que a gente vai conseguir resultados”, explica o ex-funcionário do Consórcio. “O povo tudo faz, tudo constrói. Nós temos o poder de transformar. Como ex-funcionário, estou agradecido pela decisão da Comissão da CPI de acionar o Ministério Público do Trabalho. Estamos aguardando os enrolares dessa situação”, pontua Gabriel, que enfatiza, como objetivo do grupo, a tarifa zero e reestatização.
Valorização e melhorias para trabalhadores e usuários
Para Douglas Soares, integrante do CLP, este é um momento não só para reafirmar as pautas que os usuários defendem, mas também para expor os problemas antigos que o transporte coletivo de Campo Grande carrega.
“A gente vê que o dinheiro arrecadado não vai para a melhoria da frota, não vai para a qualidade dos trabalhadores, seja no PEGFácil, seja dos motoristas, ou então, do usuário do transporte coletivo. Então, está sendo um momento importante da gente. O usuário já sabe dos problemas que passam, mas a gente conseguiu mostrar a origem disso, que é esse contrato”, afirma Douglas.
“A gente quer a punição do Consórcio Guaicurus, mas a gente quer também a revogação desse contrato e também a punição das pessoas responsáveis. Amanhã a gente tem um momento muito importante que é a escuta do usuário dentro da CPI, então a gente já ouviu diretores, já ouvimos agências de regulação, mas agora a gente quer ouvir o povo, entender o que a Dona Maria, o Seu João, o que o estudante, o que a pessoa que está indo trabalhar cedo, passa no dia a dia do transporte. A gente sabe que está caro, aumenta todo ano e não tem o devido cuidado”, frisa.
Caos em ônibus e terminais
Um usuário de transporte coletivo, de 23 anos, contou ao Midiamax que percebe uma piora gradativa no serviço ofertado pelo Consórcio Guaicurus. Pontos de ônibus estão descobertos, os veículos não têm infraestrutura, estão sempre lotados e demoram para chegar aos pontos.
“Quando chove, chove dentro do ônibus e chove dentro do terminal, então a importância desse ato é para relembrar as pessoas de que isso não pode passar em branco, isso não pode passar batido. Os usuários pagam caro em relação ao serviço que a gente recebe. Aqui no Terminal Morenão a superlotação dos ônibus é recorrente, a ponto de não dar para subir no ônibus porque ele está lotado. Então imagina isso, você tem um horário para chegar no seu serviço, você tem um horário para chegar na sua casa ou em qualquer outro lugar, e você simplesmente não consegue entrar no ônibus de tão lotado que ele está. E muitas vezes não vem um reforço, não é suficiente”, afirma.
“A organização das pessoas é um método da gente ir para cima. Não reclamar sozinho. É importante a gente denunciar nas redes sociais? É! Mas é importante a gente se organizar, gritar junto, proclamar junto essa necessidade de melhoria, porque é assim que a gente vai conseguir melhorias”, frisa.
Audiência Pública
Os usuários terão em média três minutos para dar a opinião sobre o serviço de transporte público prestado pelo Consórcio Guaicurus na audiência pública promovida pela CPI do Ônibus. O encontro será nesta quarta, a partir das 13h. A expectativa é que a população contribua com denúncias sobre a qualidade do serviço oferecido na Capital.
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Somente a auditoria da CPI do Consórcio Guaicurus já recebeu 627 denúncias, que apontam ônibus sucateados, com atrasos, linhas que “desaparecem” no meio do trajeto, deixando o usuário esperando, elevadores quebrados, goteiras, “latas de sardinhas [sic] com superlotação e calorão.
Os interessados poderão participar da audiência pública em dois locais. Uma delas será diretamente do plenário Oliva Enciso, na Câmara de Vereadores de Campo Grande. A outra opção será na Praça Ary Coelho, no centro da Capital, onde a população poderá contribuir por meio de link ao vivo.
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